Transporte gratuito entre Tocantins e Maranhão oferece alternativa enquanto obras e investigações seguem em andamento
Dois meses após o colapso da ponte Juscelino Kubitschek, a população de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA) finalmente conta com uma solução emergencial para a travessia do Rio Tocantins. Desde segunda-feira, 24, um serviço gratuito de balsas voltou a operar, garantindo o transporte de passageiros e veículos entre os dois estados.
A iniciativa, viabilizada pela Prefeitura de Estreito com apoio da Marinha do Brasil, busca amenizar os transtornos causados pela interrupção da ponte, cuja queda em 22 de dezembro de 2024 resultou em 14 mortes e deixou três pessoas desaparecidas. O serviço opera das 8h às 18h e é administrado pela empresa Pipes, utilizando uma embarcação com capacidade para até 122 passageiros e veículos de diferentes portes, incluindo caminhões de até 10 toneladas.
Fila de veículos e expectativa por ampliação do serviço
O primeiro dia de operação registrou grande movimento, com longas filas de veículos aguardando para embarcar do lado tocantinense. O vereador Elias Júnior compartilhou imagens que mostram motoristas enfrentando a espera na tentativa de cruzar o rio, evidenciando a importância da travessia para o cotidiano da região.
Paralelamente, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) já contratou uma nova operadora para reforçar o serviço. A empresa Amazônia Navegações LTDA foi selecionada para atuar na travessia com um investimento de R$ 39,9 milhões, oferecendo transporte 24 horas por dia durante um ano. No entanto, a operação ainda não foi iniciada, pois a concessionária solicitou um prazo adicional para ajustes técnicos, com previsão de início até sexta-feira, 28.
Tragédia e investigações continuam
O colapso da ponte Juscelino Kubitschek ainda gera dúvidas e preocupações. Segundo o DNIT, a estrutura cedeu devido ao desabamento do vão central, mas a causa exata do acidente segue sob investigação. A Polícia Federal também apura possíveis responsabilidades pelo desastre, que resultou na queda de diversos veículos no rio, incluindo caminhões carregados com substâncias perigosas, como 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas.
Para evitar riscos à navegação, as partes remanescentes da ponte foram implodidas no dia 2 de fevereiro. Enquanto as investigações prosseguem e a reconstrução da travessia não é iniciada, moradores e motoristas da região seguem dependendo das balsas para manter suas rotinas e atividades econômicas.